Confraternização - Em cada barraca era possível encontrar pelo menos uma opção de prato com carne seca: cozida com abóbora; refogada com batata doce; ao molho vinagrete, como petisco; acompanhada de mandioca frita ou ainda garantindo o sabor especial do feijão tropeiro, prato vencedor do concurso gastronômico realizado na edição do ano passado.
"Os provadores já estão visitando cada barraca. Este ano quero ganhar de novo", disse Helenice Lopes de Lima Fonseca, frisando que levou também o prêmio de melhor decoração.
Na receita do feijão tropeiro, Helenice, que reside no Nova República há 20 anos, disse que não pode faltar bacon, linguiça calabresa, bastante alho picado, uma generosa dose de azeite e feijão de qualidade. Mas há um ingrediente especial que ela não revela: "Basta adicionar uma pitada de amor e outra de carinho. Aí fica uma delícia", desconversou, atrás de um sorriso.
"Essa festa já se tornou uma tradição no bairro. Ajuda a ampliar o contato entre os moradores. Aproxima, faz sentir o que é viver em comunidade", disse Helenice, explicando que começou na cozinha com as receitas doces. Como em outras barracas, ela também oferecia bolos, tortas, pudins e doces especiais, como maçã do amor coberta de chocolate.
Quem também estava feliz com a festa era Judite Maria da Silva, que reside no bairro desde sua fundação, na década de 1980. "O prato com carne seca é doado. Quem quiser experimentar, basta pedir. Isso também já faz parte da tradição da festa", comentou, ao lado de grandes panelas repletas não só de carne seca com batata doce, mas também galinha com feijão tropeiro, vaca atolada e carne verde, com porções a R$ 5,00. "Essa festa é tão boa que o aniversário do bairro deveria ser comemorado a cada seis meses".
Marinalva Luz Silva, responsável pela barraca da Sociedade Melhoramentos da Ilha Caraguatá, comentou que a festa também atrai a comunidade de bairros vizinhos. "Ajuda a todos, já que parte da renda será aplicada em projetos sociais, beneficiando famílias carentes".
Comunidade - O secretário de Cultura, Wellington Ribeiro Borges, afirmou que as festas promovidas pela Prefeitura ao longo do ano não só criam um clima de confraternização entre moradores, mas também movimentam o comércio e incentivam práticas culturais.
"Trata-se de uma forma de cada bairro buscar sua própria identidade. Além disso, cria um movimento cultural que envolve a música e a gastronomia, incentivando também o comércio local", disse Borges.
Ele detalhou que a comunidade atua diretamente na organização do evento. "Os moradores responsáveis pelas barracas providenciam os produtos que serão oferecidos e a Prefeitura entra com a infraestrutura - palco, iluminação, som, barracas e o cachê dos artistas".
Nesta nona edição, Borges frisou que priorizou a contratação de grupos locais, inclusive surgidos no próprio bairro, como Chamego e Xodó, e Justino e Marizete. Também participaram da festa outras bandas de Cubatão: Veteranos do Samba, que abriu o evento; Forrozão Balança a Saia e Conexão do Som. "Sempre temos um grupo de renome para abrilhantar ainda mais o evento. Este ano, o convidado foi a banda Forró Saborear".
Melchior de Castro JuniorMtb 15.702
Fotos: Rodrigo Fernandes
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